Adaptação
moderna da lenda brasileira do primeiro escravo alforriado do
Brasil, o filme conta a história de um jovem negro lutando
pela sua liberdade. Ele foge de seu patrão e de uma gangue
sinistra, que procuram uma relíquia sagrada roubada:
um sino de ouro histórico, peça valiosa que remonta
ao Rio de Janeiro do Século XVII.
Com suspense e humor, DIA DE PRETO conduz os espectadores sob
o ponto de vista do protagonista durante um dia alucinante, cheio
de contratempos e personagens bizarros. No fim dessa jornada
de vida e morte, nosso herói acaba aprendendo
que algumas histórias nunca terminam.
DIA DE
PRETO é uma aventura que aborda o racismo e sua existência
cíclica. Um filme repleto de citações, paródias
e referências da cultura pop, dos quadrinhos e do cinema
comercial de gêneros, mas não é um filme
de gênero, nem é um filme comercial. Como num quebra-cabeça
invertido, a narrativa vai progressivamente se tornando surreal
e fantástica conforme o espectador vai compreendendo que
a história se repete como farsa.
Realizado
por uma equipe reduzida, com o orçamento de um curta-metragem
e investimento exclusivamente privado, o filme é resultado
da combinação de absoluta liberdade artística
e soluções técnicas criativas. Uma obra
que se inscreve numa nova safra de produções brasileiras,
realizadas por jovens cineastas com uso intensivo de tecnologias
digitais leves, orçamentos enxutos e visão multicultural.
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A lenda do
primeiro escravo alforriado do Brasil
Em meados do século
XVII, a Freguesia de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, era
conhecida como "Porta D'Água", uma região
importante na "Planície dos Onze Engenhos",
como os antigos colonizadores chamavam a extensa baixada que
se estende do Planalto da Tijuca até a Praia da Barra.
Por mais de três
séculos, os moradores transmitem uma história que
teria acontecido em 1661. Reza a lenda que a vaca preferida de
um senhor de engenho sumiu, e o dono das terras ameaçou
surrar o escravo que tomava conta do rebanho. Desesperado, o
negro fez uma oração para Nossa Senhora, suplicando
pelo aparecimento do animal.
Para espanto do senhor
de engenho, que presenciava a cena, a imagem da Virgem Maria
teria aparecido no alto da Pedra do Galo, um monte de 160 metros
de altura localizado bem ao lado da fazenda, apontando o local
onde se encontrava a vaca perdida.
Maravilhado com o acontecimento,
o fazendeiro mandou erguer uma igreja no local, um templo em
homenagem a Nossa Senhora da Penna que existe até os dias
de hoje. Ele também concedeu a liberdade ao escravo, que
assim teria se tornado o primeiro negro alforriado do Brasil. |
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